Coletivo Coca-Cola oferece aulas de merchandising e contribui com primeiro emprego
Apesar de muito popular, a Coca-Cola não está em todas as mesas dos consumidores que compõem a base da pirâmide sócio-econômica brasileira. Com um preço considerado caro – de R$ 4,00 a R$ 5,00 – o refrigerante mais famoso do mundo criou um programa social de capacitação para jovens profissionais de comunidades carentes. O Coletivo Coca-Cola já xiste há dois anos e hoje opera no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Maceió, totalizando em 2010 mais de 30 comunidades atendidas.
A proposta é tentadora. Por dois meses o aluno passa por um treinamento sobre varejo e empreendedorismo, gastando R$ 50,00. Para oferecer este serviço, a Coca-Cola firma parceria com ONGs que possuam o espaço físico de cerca de 35m² para comportar 12 computadores. Com foco nos jovens entre 15 e 25 anos, o projeto tem se tornado um trampolim para o mercado de trabalho já que, para muitos destes jovens, esta é a sua primeira oportunidade de emprego.
Os alunos formados pelo Coletivo Coca-Cola adquirem o conhecimento sobre o que é o mercado, quais os tipos de estratégias para o ponto de venda, o comportamento e o relacionamento com o consumidor. Após o curso, aproximadamente 30% dos jovens encaminhados para trabalhar com a Coca-Cola ou com os parceiros do projeto – composto pelas grandes redes do varejo - são contratados.
Capacitação abre portas
Apesar de socialmente correto, o projeto não visa apenas a capacitação dos jovens. Como qualquer estratégia de Marketing, o Coletivo Coca-Cola tem como objetivo aumentar a presença do produto na sacola de compras dos moradores das comunidades. “Nosso objetivo é levar algo a mais para este consumnidor que não é atendido por Coca-Cola”, diz Fabio Pereira Boatto, Coordenador de Marketing da Coca-Cola Femsa, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Mesmo com dois anos de projeto em andamento, a divulgação do Coletivo não passou do boca a boca, o que gerou um estudo detalhado sobre a região a fim de evitar a violação da imagem da marca em um mercado de pouca penetração. O projeto foi criado com o intuito de oferecer uma bagagem técnica para pessoas com baixo índice de escolaridade e uma capacitação profissional que dá acesso ao primeiro emprego.
O conteúdo do curso é baseado em Inclusão Social, Varejo, Empreendedorismo, Banco de Talentos e Incubação de Novos Negócios. No primeiro módulo, o aluno recebe uma formação inicial para operar o computador, acessar a internet e editar textos. Em seguida, a Coca-Cola apresenta a sua metodologia de trabalho por meio de um jogo no computador para que o participante entenda a mensagem de forma lúdica.
Mão na massa
O segundo módulo proposto no Coletivo Coca-Cola começa com a presença dos alunos no varejo. “O contato com o dia a dia os mantém alinhados com a linguagem do mercado. E isso os diferencia dos demais”, afirma Boatto. E elaboração do conteúdo das aulas de empreendedorismo é feita com casos reais de estabelecimentos da região.
“Os alunos vão para as ruas para entender os pontos de venda e simplificá-los. O trabalho de campo consiste em reunir dados e observar o mercado atentamente para que, ao final dos dois meses, eles formatem um projeto de nelhorias aos PDVs que visitaram”, explica.
Para ensinar as técnicas de merchandising do varejo, o programa de treinamento é dividido em seis módulos: Mercado; Merchandisng; Promoções; Relacionamento e Atendimento ao Consumidor; Matemática Comercial; e Expansão do Negócio. “Esta parceria da Coca-Cola com as comunidades gera mais do que mão de obra. Assim podemos contribuir um com o outro e caminharmos juntos”, completa Fabio Pereira Boatto, Coordenador de Marketing da Coca-Cola Femsa.