GESTÃO DA EMBALAGEM COMO FATOR COMPETITIVO DO PAÍS

O setor de embalagem no Brasil dobrou de tamanho nos últimos cinco anos. Uma performance impressionante que demonstra que nossa sociedade de consumo esta crescendo num ritmo bastante acentuado.

Ao analisarmos os números da indústria, entretanto, notamos que a produção física não dobrou, e, sabendo que não houve aumento de preços acima da média geral do mercado, podemos concluir que houve  na verdade um aumento do valor agregado às embalagens produzidas, ou seja. Estamos produzindo embalagens mais caras e, melhores.

Ao contrário do discurso dominante que aponta a pobreza como o principal “drive” da sociedade brasileira, no caso da embalagem não é isso que está conduzindo a dinâmica de crescimento do setor.

A embalagem na verdade é um meio, não um fim em si mesmo. Ela faz parte do produto e existe para atender as necessidades e anseios da sociedade, evoluindo com ela ao longo do tempo.

O setor de Embalagem é um daqueles em que o Brasil não esta atrasado. Não somos líderes no desenvolvimento tecnológico do setor, mas estamos atualizados com a tecnologia vigente e somos hoje um pais exportador de embalagens (vazias).

O consumidor brasileiro faz com que as empresas tenham que oferecer embalagens melhores. É ele que escolhe os produtos com embalagens de melhor qualidade, as mais expressivas e com melhor design. É por isso que os produtos líderes na maioria das categorias do mercado são os que têm as melhores embalagens. Isso não é coincidência, é assim que o mercado funciona.

A preferência do consumidor por embalagens melhores é constantemente comprovada por pesquisas realizadas pelas empresas que se preocupam com este importante componente de seus produtos. Pesquisa do Comitê  de estudos estratégicos da ABRE revelou que o consumidor deseja ser tratado pela industria como um consumidor do “primeiro mundo” quando o assunto é embalagem. Os supermercadistas ouvidos em pesquisa deste mesmo comitê afirmaram que “embalagem é tudo”.

A conclusão destes estudos aponta a embalagem como um item cada vez mais relevante no processo de escolha dos produtos e um fator decisivo no novo cenário competitivo. É por isso que o design de embalagem no Brasil vem evoluído a passos largos.

A demanda por este tipo de serviço especializado não para de crescer, pois conforme a sociedade evolui, ela exige embalagens cada vez melhores. O consumo médio per capita no mundo é de US$ 80 dólares enquanto que no Japão, pais que tem uma cultura de embalagem muito sofisticada,  este número se aproxima dos US$ 450.

O consumo per capita de embalagem no Brasil é de US$76 o que indica que ainda estamos abaixo da média mundial e temos muito espaço para avançar.

Se observarmos que as exportações brasileiras vêm batendo recordes, é fácil saber que para competir no mercado internacional e continuar conquistando espaço o Brasil  vai precisar cada vez mais de boas embalagens, com design de qualidade que valorize nossos produtos e melhore sua competitividade.

É por isso que precisamos de profissionais qualificados nesta área. Precisamos de mais cursos e melhores escolas. Só assim o Brasil vai estar preparado para os novos desafios do setor. Pensando nisso e trabalhando sempre pelo desenvolvimento da embalagem, a ABRE criou um Comitê de educação que vem trabalhando com as universidades para que mais cursos sejam oferecidos e para que o nível de qualidade dos cursos existentes seja elevado. Todos sabemos que a educação é o caminho e não pode ser diferente neste setor. Vem aí uma nova geração de profissionais que vão fazer da embalagem brasileira mais um fator competitivo do nosso pais.

Fabio Mestriner
Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM
Coordenador do Curso Comitê de estudos Estratégicos da ABRE
Autor dos livros Design de Embalagem Curso Avançado e
Gestão Estratégica de Embalagem

Fonte: ESPM
0 Responses

Postar um comentário

abcs