Ao monitorar redes sociais, multinacional viu que marca podia salvar vendas do chocolate que virou Milkybar em 1992

O Instagram
e seu estilo Polaroid e as armações de óculos modelo Ray Ban anos 70 são só
alguns exemplos. Mas o mais novo eco do passado chega esta semana aos
supermercados de todo Brasil: o chocolate Lollo, da Nestlé. Lançado no País em
1982, o Lollo foi líder de vendas em sua categoria até 1992, quando, por ordem
da matriz, na Suíça, seu nome mudou para Milkybar.
"O
Brasil era um país totalmente diferente e o mercado de chocolates não era tão
desenvolvido quanto agora", diz Marco Nonis, diretor da unidade de
chocolates da Nestlé Brasil. O consumo de chocolate em 1992, por exemplo, era
de 1 quilo por habitante ao ano. Hoje, é de 2,5 quilos. O Brasil não era tão
importante para as multinacionais como é agora e manter uma marca nacional
demandava investimentos. Por isso, naquele tempo, a matriz achou que o melhor a
fazer seria alinhar globalmente a marca e eliminar o nome Lollo do mercado.
"Houve
muitas queixas, mas a companhia achava que - como o consumidor de Lollo era
criança ou muito jovem - o público do chocolate iria logo se renovar e a nova
marca se consolidaria", explica Nonis. Mas não foi o que aconteceu. Vinte
anos depois, o Milkybar praticamente desapareceu do mercado. É vendido somente
em formato miniatura, na caixa de bombons "Especialidades Nestlé".
Agora, a
companhia avalia que pode recuperar as vendas perdidas com o relançamento de
Lollo, que terá vaquinha na embalagem e tudo, como nos anos 80. "Sempre
monitoramos as redes sociais e vimos que muita gente citava o Lollo com
saudades", diz Ricardo Bassani, gerente de marketing da multinacional
suíça.
Receita
original
A
companhia, então, resolveu estudar a viabilidade de voltar com a marca - e com
a receita original do chocolate, que era mais macia que a atual. Além de medir
o grau de lembrança de Lollo (a Nestlé não divulgou números), a maior
fabricante de alimentos do mundo também verificou se teria condições
tecnológicas de produzir novamente a receita original.
"Afinal,
em 20 anos, o maquinário de produção também já não é o mesmo", diz Nonis.
O resultado, um ano depois, é a volta do Lollo, em barras de 28 gramas e em
pacotes com três unidades - e uma campanha com peças de TV, mídia impressa,
mas, principalmente, internet. O slogan antigo, "O chocolate fofinho da
Nestlé", também volta com tudo.
"A
comunicação do Lollo, nos anos 80, era muito simpática e isso criou um residual
de memória que existe até hoje", diz Eduardo Tomiya, especialista em
marcas da BrandAnalytics. Na Nestlé, acredita-se que a volta terá impacto não
só no público que se lembra da marca, mas também no que não a conheceu.
"Afinal, hoje, é 'cool' fazer referências ao passado", diz Nonis.
Fonte: New Trade
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