GESTÃO POR PROCESSOS: DIVIDIR PARA MULTIPLICAR


A gestão no mundo corporativo e na administração pública é feita através do acompanhamento de processos interligados, sejam eles simples ou complexos , como a nossa própria vida. Temos, em nosso cotidiano, processos de sobrevivência básicos, como comer e dormir, para que nos mantenhamos saudáveis e ativos. Tais processos, contudo, podem mudar de acordo com a “demanda” externa, ou seja, com a nossa realidade em determinado momento, os que nos obriga a avaliá-los constantemente.

Nosso modo de vestir e de se alimentar, por exemplo, costuma mudar pelo menos duas vezes por ano. No verão, usamos roupas confortáveis e comemos alimentos leves. No inverno, nosso corpo pede roupas aconchegantes e bebidas quentes. Nas duas estações, temos necessidade de nos alimentarmos, mas o processo “vestir-se” muda em razão das condições climáticas.

Em uma empresa pequena, média ou grande cada processo é constituído de uma cadeia de atividades que devem agregar valor aos produtos e serviços ofertados a um cliente, desde os fornecedores até o ponto de venda. Nele, estão alocados os negócios da organização e o grande desafio é manter rentabilidade e competitividade ao longo dos anos através de uma gestão eficiente, sempre adequada às “condições climáticas”, ou seja, ao mercado e ao cenário macroeconômico em que está inserida.

Uma das ferramentas mais eficientes e inovadoras da administração moderna é a gestão que esmiúça cada processo da organização, denominada “Gestão por Processos”. Ela desenha a organização e coloca em prática o desenho esboçado, com o envolvimento das principais lideranças para a definição dos fluxos entre as funções. E tem como elemento essencial a participação de todas as pessoas envolvidas no desenho de seus próprios processos.

Muito se confunde a Gestão por Processos com Mapeamento de Processos. A diferença básica na gestão é que, a partir dela, a organização pode ter um desenho do seu negócio especificado em procedimentos para melhorar a qualidade , obter maior integração entre as funções e o suporte documental necessário para a realização do trabalho.

Para migrar uma organização para esse tipo de gestão é necessário que todos os segmentos de negócios estejam integrados sob uma mesma filosofia de trabalho, incluindo os fornecedores, canais de distribuição e parceiros como parte efetiva da cadeia de valor. O uso das tecnologias da informação hoje disponíveis facilita esse processo, na medida em que permite a otimização da comunicação.

Na era da informação, adotar esse tipo de gestão é uma questão de sobrevivência, pois ela exige cada vez maior interligação entre pessoas e processos para a multiplicação de resultados e mudança constante nas organizações para que disputem e mantenham mercados cada dia mais competitivos.

Por Cristina Martins* | gestora da Unidade de Qualidade da Keyassociados Soluções Sustentáveis
Fonte: RH Portal

VOCÊ CRIA A CULTURA DA SUA ORGANIZAÇÃO?

O desempenho é consequência da soma do que fazemos
e como agimos dentro das empresas.

 
Qualquer grupo de pessoas sujeito a certo grau de isolamento e a influências específicas desenvolve, depois de certo tempo, um modo particular de ver a realidade, interpretá-la e reagir a ela, um jeito especial de se comunicar dentro do grupo ou com o mundo exterior. Isto vale para um país inteiro, uma unidade militar, uma tribo primitiva na floresta, uma torcida organizada ou para um grupo de punks da periferia. Cada um destes grupos isola-se em maior ou menor grau do resto da humanidade e coloca-se sob condições ambientais únicas. Podemos chamar o conjunto de características distintivas comportamentais desenvolvidas nestas situações de “cultura”. Uma empresa, seja de que tamanho for, atende a estas condições e, após certo tempo, queira-se ou não, desenvolve sua própria cultura, sua cultura organizacional.

Até aqui, tudo bem, de acordo? O segundo ponto a abordar é o seguinte: qual é a relação da cultura da empresa com seu desempenho? Existe, de fato, relação? Como foi falado, a cultura determina, em grande medida, como as pessoas vão reagir em relação a certa situação. As diversas situações e momentos na vida de uma empresa vão ser tratados, ao final, pelas pessoas que compõem a organização e o que elas farão será resultado do que pensam e acreditam, dos seus medos e crenças, das recompensas e punições que viveram e viram acontecer. É uma relação encadeada: o desempenho é consequência do que fazemos, que é reflexo da nossa visão do mundo, que é condicionada, em grande parte, pela cultura organizacional na qual estamos inseridos. Foco em fazer bem feito, vontade de melhorar, senso de urgência, espírito de equipe, tudo isso e muito mais podem ser dados culturais compartilhados pelos membros uma organização. Por outro lado, procrastinação, fuga da responsabilidade, esperteza indevida e burocracia também podem ser elementos de uma cultura organizacional.

Já concordamos, espero, que existe uma coisa chamada cultura organizacional e que esta coisa afeta o desempenho da empresa. A próxima pergunta é a seguinte: podemos fazer algo a respeito? Podemos tomar ações que moldem a cultura em uma direção construtiva? A resposta é sim e este é um dos nossos principais papéis como líderes de nossas organizações. Imagine uma empresa que uma vez por ano passa um facão e corta vinte por cento de seus quadros – isto vai afetar a cabeça das pessoas e incorporar o medo na cultura, provavelmente passarão a cuidar do que falam e procurarão fazer as conexões certas para se proteger, deixando para segundo plano o que realmente pode fazer diferença para a empresa. Se a ação gerencial pode afetar a cultura negativamente, também pode fazê-lo de forma positiva. Missão, Visão e Valores e sua comunicação são importantes elementos para a construção da cultura. Políticas de contratação, demissão, promoção e reconhecimento direcionam a cultura.

Falando agora de líder para líder, de empreendedor para empreendedor: vamos ter bem claro que o principal determinante da cultura de nossas organizações é o nosso comportamento, não o que dizemos ou colocamos na parede, mas o que fazemos. A mensagem do que fazemos se sobrepõe e reforça ou desmente o que dizemos ou escrevemos. Nenhuma influência é mais determinante na cultura de nossas organizações do que nós mesmos. A nós cabe criar uma cultura que permita que a empresa se desenvolva e seja veículo para criação de valores materiais e imateriais para as pessoas relacionadas.
abcs